Gleide Andrade é motivo de orgulho para nossa gente, pois ela carrega consigo Carmo do Cajuru, e o Centro-Oeste, ao cenário nacional. Conhecida em todo o Partido dos Trabalhadores, Gleide ocupa o posto de Secretária Nacional de Finanças e Planejamento do PT. Hoje, ela está se colocando como candidata a Deputada Federal. Abrimos, portanto, o espaço para que possamos conhecer essa personalidade do nosso Município:

1 – Quem é Gleide Andrade? Qual a história de Gleide Andrade?

Sou a mais nova das filhas do senhor Antônio Domingos, nascido e criado no Ferrador, às margens do nosso amado Rio Pará, e de Conceição Andrade, a dona Cecê, nascida e criada em São José dos Salgados. Somos oito no total, sete mulheres e um homem. Nasci em Divinópolis dia 25 de maio de 1971; cresci e sou filha de Cajuru. Moramos alguns anos em São Paulo e voltamos para Cajuru. Fui estudar em BH e integrei movimentos estudantis secundaristas. Formei em Filosofia pela PUC Minas, onde tive o orgulho de ter sido aluna do nosso querido padre José Raymundo Bechelaine, que também fez meu casamento na Igreja de São José, em Salgado. Na PUC fui presidenta do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Trabalhei nas gestões petistas da Prefeitura de Belo Horizonte, atuei na implementação do Orçamento Participativo e do primeiro Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres. Fui secretária de Finanças do PT em Minas e, no PT Nacional, fui vice-presidenta. Atualmente sou secretária nacional de Finanças e Planejamento do partido. Tenho um filho, Samuel, de 22 anos, gosto de cozinhar com os amigos e de uma boa prosa, gosto do convívio em família e de cuidar de plantas, cultivar uma horta e ler poesia.

2 – O que te levou a entrar na política? Qual a sua trajetória na política? Quais serão os próximos passos?

Com tantas irmãs juntas, minha casa foi um “laboratório” para a defesa dos direitos das mulheres e das questões sociais, que sempre me nortearam na ação política. Sempre fui dirigente do PT. Em 2021, o presidente Lula me chamou para uma conversa e me convocou para que candidatasse a deputada federal pelo nosso Centro Oeste Mineiro. Aceitei esse desafio porque o povo tem sofrido muito, o botijão de gás está 130 reais, a gasolina a 8 reais, o quilo da carne está 60 reais. Precisamos mudar isso para que a população tenha renda, emprego, moradia, alimentação, saúde e educação de qualidade, para que possa criar seus filhos.

3 – Como mulher, você sente as dores pelas quais elas passam nesta sociedade. Como podemos lutar por mais cidadania, dignidade e direitos para as mulheres?

Elegendo um bom número de mulheres para que tenhamos representatividade justa no Congresso. Somos 52% da população e do eleitorado, contudo só temos 15% das vagas na Câmara Federal. Isso precisa mudar! Os homens podem até entender o que sentimos e o que passamos, e precisamos muito que eles sejam sempre solidários conosco. Mas nada substitui a experiência real, as nossas vivências, nosso dia a dia de dupla e até tripla jornada; os assédios, violências, o feminicídio, principalmente de mulheres negras. No Brasil em 2021 quatro mulheres morreram por dia por feminicídio, não porque roubou, traficou e, sim, simplesmente por ser mulher. A vida das mulheres no governo Bolsonaro piorou muito. Precisamos lutar por mais mulheres na política porque nossa realidade de opressão e perda de direitos só vai mudar com um Congresso Nacional progressista e formado por uma representatividade feminina justa.

4 – Como você vê os problemas da população jovem?

Me preocupo muito também com a população jovem pois, desde que acabaram com os investimentos nos IFETs, com o Pró-Jovem, com o Pronatec e com vários outros programas, a nossa juventude está muito sem perspectiva de vida. Não por acaso, 60% dos jovens querem ir embora do país. Não por acaso 87% da população carcerária são jovens negros. O acesso do jovem às universidades federais ficou mais difícil; desmontaram o programa Ciência Sem Fronteiras, que possibilitava que os jovens estudassem no exterior. Isso precisa mudar.

5 – Passamos por um governo que precarizou a vida dos trabalhadores, representando os interesses das elites. O Partido dos Trabalhadores terá papel determinante nesse processo de reconstrução. Qual é o plano que ele apresenta para superar esse período de dificuldades para os mais pobres?

O PT já provou que o Brasil pode ser um grande país, com distribuição de renda para seu povo, com alimento e vida digna, emprego, educação de qualidade, SUS fortalecido, justiça social e respeito à diversidade, à cultura, ao meio ambiente. Já fomos um país respeitadíssmo no mundo e nossos programas sociais serviram de modelo para várias nações. O Brasil está de cabeça pra baixo, em colapso social, e isso precisa mudar urgente. De 2014 até agora perdemos 2,4 milhões de postos de trabalho com carteira assinada. Nosso plano é reconstruir o Brasil e Lula tem dito que vai fazer melhor do que já fez em seus mandatos e também que vamos por o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda. Então, o plano todos já conhecem e ele fez com que Lula concluísse seu mandato com quase 90% de aprovação: emprego, distribuição de renda, fim da fome, moradia, direitos sociais e trabalhistas garantidos, acesso a universidade e um Brasil totalmente respeitado no mundo todo.

6 – Qual futuro você espera para Carmo do Cajuru, para o Centro-Oeste, para Minas e o Brasil?

Meu sonho é um futuro de paz e prosperidade para todas as famílias do Brasil. Nossa região é rica, Minas tem a melhor educação básica do Brasil e o maior número de universidades. Vejo um futuro onde nós, mulheres, estaremos ocupando cada vez mais o espaço que é nosso na política, para que possamos criar nossos filhos com tranquilidade, com a garantia de comida na mesa, boa educação e garantia de universidade pública para eles, moradia digna e serviços de saúde de qualidade. São direitos mínimos previstos na Constituição e que os governantes têm a obrigação de garantir. Nossos filhos precisam ter acesso à cultura, ao lazer sadio, esporte e todos temos o direito ao meio ambiente respeitado e preservado. Que Carmo do Cajuru continue no rumo que está, como foi reconhecida pela ONU como Cidade Inteligente, modelo no setor de infraestrutura urbana para o mundo inteiro. Nossa cidade é rica em potencialidades, temos muito a mostrar da nossa cultura, temos grandes artistas, músicos, nossas Guardas de Reinados. Nossa cidade é cercada pelas águas do Rio Pará, a nossa barragem, sem falar das nossas cachoeiras; as riquezas naturais, como a da Serrinha. Somos referência no setor moveleiro, cada vez mais se expandindo com novos distritos industriais, gerando emprego e renda, sem falar da nossa terra fértil, de vegetação espetacular em que se plantando tudo dá. Enfim, eu tenho muito orgulho de ser daqui, de ser uma legítima cajuruense.

7 – Qual mensagem você gostaria de deixar à população de Carmo do Cajuru?

Que cada vez mais reconheçamos a força que temos para, juntas e juntos, melhorarmos nossas vidas e a vida de todos. Deixo uma mensagem de esperança por dias melhores para todas as brasileiras e brasileiros. Esperança e fé numa cultura de amor e paz, de justiça social, de vida plena, esperança por uma era em que todas e todos tenham seus direitos respeitados. Esse Brasil é possível! Minha luta é pela reconstrução do Brasil, para que todo seu povo tenha comida, emprego, educação e saúde de qualidade. Peço às cidadãs e cidadãos cajuruenses, meus conterrâneos, que nos ajudem nessa árdua tarefa que teremos este ano. Que tenhamos clareza para discernir entre as mentiras propagadas nas famosas fakenews e a verdade dos fatos. Peço que, antes de acreditarmos no que aparece, busquemos a verdade, pois a verdade liberta. Que juntos possamos construir uma vida melhor para nós e, sobretudo, para nossos filhos, com oportunidades de trabalho, com mais escolas de qualidade e gratuitas, com universidade para todos, e que nosso povo não precise abandonar nossa cidade em busca de trabalho ou estudo longe daqui. Que Deus nos abençoe nesta jornada. Deixo aqui meu abraço afetuoso a toda população cajuruense.

8 – Depois de eleita e empossada na Câmara Federal, como você pretende manter o relacionamento com nosso município e região?

Pretendo trabalhar em parceria com as administrações municipais, especialmente a nossa, com os senhores vereadores e demais lideranças locais. Quero manter sempre contatos com todos, quero ouvir muito e sempre. Quero acolher as reivindicações que partem das experiências e necessidades concretas da população, da base; e ajudar a encontrar as soluções.